quinta-feira, 29 de março de 2012

Bahia aprova lei que bane música “machista” de festa paga pelo Estado


Será que realmente como postei neste mesmo site há alguns meses, nem tudo está perdido?

As músicas (será que posso chamar de musicas?) como “mulher é igual lata, um chuta e o outro cata” e “me dá patinha, me dá sua cachorrinha”, que já fizeram sucesso em festas baianas, devem rarear no Estado.
Um projeto que proíbe o uso de verba estadual para contratação de artistas cujas músicas “desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres à situação de constrangimento”, foi aprovado terça-feira na Assembléia Legislativa da BA.
Para entrar em vigor, o projeto, conhecido como “lei antibaixaria”, depende ainda da sanção do governador Jaques Wagner (PT), que chegou a participar de um abaixo-assinado a favor da lei.
A autora da idéia é a deputada Luiza Maia (PT), para quem as mulheres são “rebaixadas” por algumas músicas.
A medida incomodou artistas que vêem na proposta uma forma de censura.
Em uma tentativa de rever a lei, alguns artistas (artistas?) planejam uma manifestação na próxima semana. Um deles, o vocalista (vocalista? Ou seria o caso de chamar de “cuspidor de microfones"!) da banda O Troco, Mário Brasil, diz que a medida vai prejudicar os grupos menores, que dependem da verba. “Assim estamos voltando à ditadura. Onde está o direito de expressão?”, diz.
A deputada Luiza Maia rebate. “Não estou censurando nada, estou pedindo apenas que o dinheiro público seja bem utilizado. O governo não pode financiar quem estraçalha com a mulher.”
Segundo o especialista em direito constitucional, Dirceo Torrecillas Ramos, a medida cria um debate. Segundo ele, a proibição das letras é inconstitucional. “Mas deixar tocar músicas que ofendem as mulheres também é”, diz.
A Secretaria de Cultura da Bahia diz que cerca de R$ 23 milhões foram investidos em projetos na área da música em 2011, mas não soube informar quanto desse valor foi repassado às bandas. (notícia publicada no Jornal Folha de S. Paulo na quinta-feira, 29 de março de 2012).

A minha opinião (já que é um debate)
Acredito que tal lei demonstra ao ponto que infelizmente a nossa cultura musical atual chegou. Os novos artistas (artistas?) não só na parte musical, mas também cômica (humoristas), por falta total de talento ( que o diga Chico Anysio e Millôr) recorrem ao apelativo de palavrões sem escrúpulos, ofensas a mulheres, homossexuais, negros (raças em geral), crianças, deficientes, etc, etc.
O que falta é o bom senso (será que ainda existe?) e a vergonha na cara de quem protege tais atos de ofensas gratuitas e apelativas.
O Brasil ficou conhecido pelo resto do mundo pelas músicas de bom gosto (ex. bossa-nova, samba, etc.), por ótimos cantores (ex. Roberto Carlos, Cauby Peixoto, Marisa Monte, etc.).
A verba (milhões de reais) utilizada para essas “merdas” de bandas seria melhor direcionada para a educação de crianças e também para aprenderem músicas de verdade, escritas com o coração e executadas com a alma, sem apelar para ter o sucesso (a qualquer custo), mas amar a música para ser um sucesso!

Viva as mulheres:
“Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, é ela menina que vem e que passa...” composta em 1962 por Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim.

Dalizio Moura

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